segunda-feira, 29 de abril de 2013

Do real à Fantasia: A Moda Lolita e Cosplay faz a cabeça dos jovens

                                                                    Por: Mayara Silveira 28/04/2013



Moda lolita e cosplay conquistam cada vez mais a nova geração. Personagens são variados e podem retratar personagens de quadrinhos, filmes ou de animação japonesa

A moda Lolita é considerada um estilo de vida, já o cosplay um hobby. O primeiro é uma moda japonesa, que possui cerca de 15 estilos. O segundo tem como base a representação de um personagem de anime, mangá, etc, . Entretanto, ambos confundem quando aparecem pelas ruas. Mas eles têm em comum um objetivo: se divertir e se sentir bem.
Adeptas da moda Lolita, Akemi Yume (Cláudia Amorim), arquivista, e sua filha, Sayuri Yume (Queila Amorim Domingos)18, estudante, chamam atenção por onde passam. “Quando se fala de cosplay e Lolita, as pessoas têm dificuldade de perceber a diferença. Eu até fiz uma comunidade em uma rede social explicando que Lolita não é cosplay. Lolita é moda e cosplay é a caracterização do personagem. Então, a pessoa quando vê um anime japonês, uma bonequinha vestida com roupa semelhante à Lolita, tende a dizer que toda menina vestida assim é uma Lolita, mas essa pessoa está fazendo um cosplay. Está representando um personagem de anime. A lolita é uma moda onde você se caracteriza, veste como qualquer outro estilo de moda. E o cosplay não, já é uma caracterização fiel do personagem”, define.
Se mesmo assim você ainda não consegue distinguir os dois, Cláudia vai mais além: “Lolita é uma moda comportada, tem um vestido sempre rodado, roupas com mangas e um sapato e meias de boneca. Mas você pode usar isto em qualquer idade desde que se identifique, se sinta bem e transmita a alegria de estar vestindo uma roupa de lolita. Aqui no Brasil tem mulheres como eu, que já sou mãe, mulheres formadas, casadas que fazem lolitas em São Paulo. Com isso, essa moda está se diversificando, em 1970, ela foi pensada para adolescentes, mas caiu no gosto dos adultos também”, explica.
Cláudia diz que para ser uma lolita é preciso definir o estilo que se adequa mais à personalidade de cada um. Ela, por exemplo, optou pelo kawaii, que é o estilo “fofo”. Já a filha, Queila, faz o estilo gótico, no qual as meninas se sentem mais expressivas. Quanto ao valor das roupas, elas contam que não é nada barato. “A caracterização completa, hoje, custa, em média, R$ 1 mil. Mas há vestidos japoneses que chegam a custar R$ 800. Não é uma moda barata, as roupas são muito trabalhosas. Existem meninas que fazem cursos de corte e costura para aprender a fazer seus próprios vestidos”, conta.
Se transformando em herói ou vilão
Quando se fala em cosplay, vem logo à cabeça a imagem de pessoas fantasiadas, e competições para saber quem, literalmente, se transformou no personagem escolhido, ou chegou o mais perto disso. O técnico em TI, Thiago Wilson Silva Moreira, 30, explica que cosplay é mais que se vestir como um personagem de anime. Ele e seu grupo se reúnem para fazer cosplay há cerca de um ano e meio. 
"O cosplay é disfarçar-se, fantasiar-se do seu personagem, representar. Sempre encontro com amigos em eventos e posso representar os personagens com os quais mais me identifico. Dentre as fantasias que já vesti, a mais cara foi a do personagem Dark Link, do game Legend of Zelda. Mesmo feita por mim, cheguei a gastar R$ 700”, afirma.
Observando a performance dos cosplayers, fica evidente que quanto mais o personagem for parecido com a sua personalidade, mais fácil de interpretá-lo, e os fãs exalam seu amor ao personagem não só pelas roupas semelhantes, mas também pelas falas e todos os trejeitos de heróis e vilões.
“A representação é difícil quando um personagem tem o perfil totalmente inverso do seu, o que acaba sendo divertido e engraçado de se fazer. Penso que a cultura japonesa é muito interessante, já que além da culinária e tradição, possui um nível cultural diferenciado, sem falar da área tecnológica, que atrai o mundo todo. Quem quiser começar a fazer cosplay deve gostar de filmes, jogos, animes e desenhos. A pessoa tem que ser fã de um herói ou vilão a ponto de fazer um traje igual e se apresentar nos eventos. É um hobby, às vezes, caro, então, quem quer iniciar deve pesquisar bastante sobre o assunto e se preparar para muita diversão”, conclui. 

O Fluminense
http://www.ofluminense.com.br/editorias/revista/do-real-fantasia